El uso del Soft-Laser en la Clínica General Odontológica /
O uso de Soft-Laser na Clinica Geral Odontológica


Adriano Caló - Cirurgião-Dentista
CRO-SP 23.373
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Mecanismos de ação

O feixe de Laser apresenta algumas peculiaridades: monocromaticidade, coerência, direcionalidade e intensidade de brilho. Estas propriedades peculiares, na dependência do tipo de Laser que estiver sendo utilizado, pode produzir um efeito biológico a nível celular que consiste, fundamentalmente, na estimulação seletiva das mitocôndrias, o que determinará um significativo aumento na produção de ATP. Ou seja, há um incremento no metabolismo celular. A este mecanismo dá-se o nome de “Bioestimulação”.

Por outro lado, é sabido que os mastócitos, sendo células muito delicadas, ao serem submetidos a diversas formas de “stress” como traumas mecânicos, agentes químicos, calor, frio, luz ultravioleta, radiação ionizante e outras, através do fenômeno da degranulação (que corresponde ao “estouro” destes pela lise da membrana celular, liberando componentes plasmáticos ou à liberação de grânulos próximos à membrana celular por mecanismos de trocas iônicas), liberam histamina e heparina.

A heparina é anti-coagulante e a histamina produz aumento da permeabilidade capilar, vasodilatação, incremento da drenagem linfática, e aumento da atividade fibroblástica auxiliando a recomposição tecidual. Estes fatos foram descritos e confirmados por vários autores, dentre os quais podemos citar Uvnäs e Bogliolo.

A literatura menciona (fato este diariamente comprovado em nossa prática clínica), o aumento do limiar das terminações nervosas livres, o que se traduz num efeito analgésico. Existem, ainda diversas citações quanto à estimulação dos sistemas imunitários, com um aumento de produção de imunoglobulinas.

Existem, ainda, diversas menções relativas ao poder bacteriostático ou mesmo bactericida dos soft-lasers.

Importante ressaltar que as emissões Laser são totalmente seguras do ponto-de-vista biológico, ou seja, não produzem mutações, e podem ser usados em crianças e gestantes.

Utilizações Práticas dos Soft-Lasers na Clínica Odontológica

Em decorrência das propriedades acima citadas, encontramos diversas aplicações dos soft-lasers na clínica:

Contra-Indicações

Como já mencionamos, as emissões laser não possuem efeitos mutagênicos. Entretanto, por levarem à aceleração das divisões celulares, por aumentarem o metabolismo celular, uma das principais contra-indicações dos soft-lasers são as neoplasias.

Por possuírem grande efeito sobre o tecido glandular, fazendo com que as células produtoras de secreções glandulares aumentem o volume secretado , a irradiação direta das glândulas maiores deve ser evitada, tomando-se o cuidado de proteger aquelas glândulas próximas à área irradiada.

A literatura cita como principais contra-indicações:

Experiência Clínica

Temos utilizado em nossa clínica, por dois anos, um aparelho de soft-laser à base de He-Ne, de 8mW, dotado de condutor de fibra ótica, com saída efetiva, na ponta do cabo entre 5,5 e 6,5 mW, modelo Vita Laser (Brasitec Ind. e Com. Ltda.), com grande sucesso na maior parte dos casos clínicos onde seu emprego estava indicado.

Nos casos de traumatismos musculares, usamos uma média de 4 minutos por dois dias seguidos (para os mm. Masseter, Temporal, etc.), com redução praticamente total da dor.

Nas ulcerações aftosas recorrentes, bem como nas lesões provocadas por Herpes Simplex, o sucesso do soft-laser está diretamente ligado à fase em que se iniciam as aplicações: se a primeira aplicação é realizada no primeiro dia de aparecimento das lesões, temos notado o completo desaparecimento da dor, e a limitação do tamanho das lesões, que cessam seu crescimento imediatamente e, após um ou dois dias desaparecem por completo. Nestes casos temos usado aplicações com 4 minutos de duração por dois ou três dias.

Já naquelas lesões com três ou quatro dias de duração, o efeito terapêutico parece restringir-se à diminuição praticamente total da sensação dolorosa, após 30 minutos da aplicação, aproximadamente. Quanto ao crescimento e cicatrização das lesões, o efeito existe, mas é de pequena monta.

Com relação aos casos de hipersensibilidade dentinária de colo, temos usado fazer quatro aplicações com 6 minutos de duração cada, com intervalos de dois dias, obtendo redução da sensação dolorosa, em torno de 90 a 100% . Nas aplicações intra-coronárias profundas, onde poderia se correr o risco de provocar alterações pulpares de maior significado, temos usado 4 minutos antes de proceder ao forramento (normalmente com Hidróxido de Cálcio).

Nos casos de pós-operatório cirúrgico (exodontias, apicectomias, enucleação de cistos e outras lesões intra-ósseas), nossa experiência demonstrou que não convém realizar as aplicações de laser imediatamente. Obtivemos resultados mais expressivos quando a primeira aplicação foi realizada 24 horas após a intervenção. Atribuímos o fato a um incremento exagerado do processo inflamatório numa fase em que o ideal é se manter a inflamação limitada a níveis inferiores. Também não encontramos explicações satisfatórias sobre o fato, na bibliografia.

Quanto ao tempo de aplicação em tecido ósseo, este fica sujeito, principalmente, à profundidade da lesão. Normalmente varia de 4 a 7 minutos, por dois ou três dias.

Cabe lembrar que o laser não é um milagre. É apenas mais um instrumento à disposição da Odontologia atual, de custo razoavelmente baixo, e que não dispensa, de modo algum, o arsenal farmacológico e/ou fisioterápico que já vinha sendo utilizado rotineiramente. Apenas nos casos de lesões provocadas pelo Herpes Simplex e nas ulcerações aftosas recorrentes, pudemos abrir mão dos recursos que vínhamos usando, sendo estes totalmente substituídos pelo soft-laser de He-Ne.

BIBLIOGRAFIA

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9. Tseng, P.; Liew, V.; Palmer, J.; Martin, I.; Ovegic, M.; Blachler, S. The sterilization potential of Nd:YAG Laser treatment in root canals and the effect of the treatment on pulpar dentin: culturing and SEM studies in vitro. In: North American Academy of Laser Dentistry, Banff, Alberta, Canadá, May 23, 1991.
10. Uvnäs b. Release process in mast cells and their activation by injury. Ann. N.Y. Acad. Sci., New York, v.116, p.880-890, 1964.

El presente trabajo fue suministrado por el autor citado al inicio.

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